O IMPACTO DAS PROPTECHS NO MERCADO IMOBILIÁRIO

Foto de Carlos Muza no Unsplash

O ramo imobiliário é um setor econômico relativamente conservador. Os processos de aquisição, locação e venda de imóveis demandam tempo e, em sua maioria, envolvem muito papel e burocracia. Por tal motivo, nos últimos anos tem-se pensado em soluções para inovar o segmento. O ambiente propício chamou a atenção dos olhos intrinsecamente empreendedores do brasileiro, culminando na formação de várias startups no ramo.

Essas startups, empresas focadas em soluções tecnológicas para modelos antigos de negócios, quando atuantes no mercado imobiliário, são chamadas de proptechs. A palavra vem do termo inglês property technology, traduzindo, tecnologia de imóveis ou propriedades. Elas vêm ganhando espaço no mercado. Segundo a Terracotta Ventures, hoje no Brasil são 702 empresas do gênero – um crescimento de 23% em relação ao ano anterior. 

Pode-se dizer que a maior contribuição das proptech para o ramo é a desburocratização da jornada de aquisição de imóvel. Empresas como as unicórnios Quinto Andar e Loft transformaram toda a papelada de contratos e análise de crédito em documentos digitais com certificado de segurança. O processo agora é inteiramente online

A pandemia e a impossibilidade de visitas presenciais catalisaram o investimento em ferramentas audiovisual. Hoje empresas contam com gravações de imóveis decorados em 360° e visitas por videoconferências em plataformas como o Zoom. Isso é um avanço, já que, segundo a Raconteur, 62% dos funcionários de empresas do ramo civil e imobiliário sentem que o setor está atrás dos demais na utilização de novas tecnologias. 

Com a digitalização exponencial do mundo dos negócios, dia após dia aparecem novos websites e portais imobiliários que conectam pessoas com interesses convergentes – anunciantes de imóveis com compradores e locatários, por exemplo. Aproveitando-se desse movimento, surgiram proptechs com a proposta de conectar pessoas dispostas a dividir um imóvel com desconhecidos em troca da redução de custos e a terceirização da gestão do imóvel. Uma versão mais moderna das famosas pensões e repúblicas.

São exemplos de proptechs especializadas em moradia compartilhada as empresas Yuca, Housi e também a Uliving. Essa modalidade de habitação já é tendência em grandes metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro, especialmente entre solteiros e jovens adultos. Por mais que o conceito de “usar o imóvel e não tê-lo” ainda esteja sendo absorvido pela sociedade, o mercado de moradia compartilhada já se expandiu e muito nos últimos anos. De fato, a consultoria imobiliária Cushman & Wakefield avaliou-o em cerca de US$6,67 bilhões, apontando que o valor tende a dobrar até 2025. 

Todas essas mudanças representam um avanço sem precedentes para o mercado imobiliário, outrora taxado de retrógrado e atrasado. Novos softwares, equipamentos e modelos de negócio chegam constantemente para agregar nessa transformação. Tudo parece estar favorecendo a mudança: as recentes quedas das taxas de juros como incentivo financeiro, a revolução tecnológica e o fato da pandemia forçar a adaptação dos modelos de negócios para o âmbito virtual. Hoje, não seria demagodia dizer que as proptechs são grandes responsáveis pelo mercado imobiliário continuar crescendo e se aquecendo mediante a uma grande recessão econômica nacional.

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